sexta-feira, 9 de março de 2012

TEXTO 3 
Surge agora uma pressão na minha mente como se a  própria noção de liberdade estivesse presa. A libertação da mente depende essencialmente do grau de revelação que nos é dada  através dos sentidos, e é por tal motivo que a forma de seguir nossas vidas pode ser vista como duas grandes áreas, separadas por uma linha tênue denominada sanidade. Estas duas vertentes são os nossos objetivos: o primeiro grande grupo é formado por aquelas ambições que teoricamente não lhe permitiram morar embaixo de pontes, de forma simplista é isso, já o outro grupo é aquele que alimenta a sua mente para que você consiga seus objetivos  tendo em vista a expansão do seu leque intelectual, o que o ajudará a lidar com vários aspectos da convivência social : dando-nos artifícios para enxergar as coisas de forma mais aprofundada com base no contexto em que vivemos, e a forma como amadurecemos, levando-se sempre  em consideração uma visão mais crítica do mundo ao  redor. Sinto agora que é chegada a hora de expandir.
Durante todo o tempo nos é exposta a divisão entre os planejamentos e a construção da visão reflexiva. Para a síntese desses dois opostos que é ser vivo, sem que haja prejuízo quanto à essência, é necessário ser destro em demasia na arte do sentir.
As noções de liberdade encontram-se presentes na vida em sua área mais íntima e reflete no que somos. Para a construção da estrutura analítica dispomos das artes libertadoras, músicas, textos, imagens... Ou a combinação de duas ou mais dessas listadas. O raciocínio é bem simples: quanto maior o contato com as vias da libertação há consequentemente um olhar mais amplo de todo o contexto da vida, e assim uma percepção mais profunda dos mecanismos materiais que dispomos para dar continuidade a nossa existência.
Incrustada no plano que diz respeito a construção do material, ha a cobrança imposta para o ingresso no jogo. O jogo é o que faz a nossa sociedade como um todo continuar a funcionar, e desejar estar no jogo é ambicionar viver de forma estável, ter uma profissão, emprego e afins. De forma geral é semear objetivos que engrandeceram a sociedade por tabela. Os ideais profissionais podem ser encarados como uma forma de ansiar para servir apenas como uma peça. 
Uma só estrada definitivamente não deve ser colocada em questão se o intuito for manter uma saúde mental considerável. E sem dúvida esse é um critério importante para uma boa qualidade de vida.
A conciliação integral nesse momento passa a ser algo místico. Já que a vida é semeada de preocupações impostas pelo mundo para a obtenção dos meios materiais como: passar no vestibular, trabalhar e seguir determinadas normas que dizem visar o bem estar social como um todo. Isto somado a carga de ser pensante que tende a analisar o mundo que o rodeia, atormentando-se com as desigualdades sociais e se desdobrando para poder encaixar a arte em seu dia, senti-la , evoluir observando a natureza, consumir palavras. O conflito torna-se a definição das frentes nesse momento, e adequar passa a ser o objetivo.
A fusão ou separação dessas frentes em termos absolutos é meramente utópico, porém lidar com as diferenças mostra-se necessário. Existem casos nos quais a visão de essência é substituída de forma cruel por conteúdos que visam apenas manter seres humanos ocupados por um determinado espaço de tempo, criando como meta final deixá-los vulneráveis e mantê-los na base do jogo.
A estabilidade é a definição do caos, significa trabalhar opostos. Pensar sem deixar de trabalhar, fazer planos sem necessariamente demonizar a construção de ideais materiais. Enquanto não exaurir-se o perseguir, e manter-se contínuo o ambicionar de mudanças o canal da reflexão continuará aberto. E o sábio continuará a ser leigo, e o louco estará no caminho certo.
".... O fundo do mundo é de ouro, mas o mundo está de cabeça para baixo." (On The Road - Jack Kerouac).     

Nenhum comentário:

Postar um comentário